um corpo dói
um corpo vira pó
Ou o verme rói
A casa onde vivo
Será, no seu dês-futuro
O lar de um habitar nocivo,
onde virá morar o escuro
Corpo que nunca foi puro
Macio tecido, pele
Esqueleto banco e duro,
Casa que me adere...
Dói a vida a passar por ele,
Não cabe no pé o passo!
Espessa sufoca, a pele!
Resiste, mas não é de aço
Tudo que o toca, o fere
Se enche de ar e expele
Antes de dormir, espere...
Fechar as lentes da pele
Em um cômodo escuro,
Um corpo só
Um corpo em paz
Um corpo é nó,
E no fim... Desfaz!
(Igor Barbosa)
Esse é em homenagem ao Augusto dos Anjos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário