quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

"Um Corpo" (1º Poema da série: "Quatro Poemas de Se Perder Um Concurso", não perca o próximo)

Um corpo só,
um corpo dói
um corpo vira pó
Ou o verme rói

A casa onde vivo
Será, no seu dês-futuro
O lar de um habitar nocivo,
onde virá morar o escuro

Corpo que nunca foi puro
Macio tecido, pele
Esqueleto banco e duro,
Casa que me adere...

Dói a vida a passar por ele,
Não cabe no pé o passo!
Espessa sufoca, a pele!
Resiste, mas não é de aço

Tudo que o toca, o fere
Se enche de ar e expele
Antes de dormir, espere...
Fechar as lentes da pele

Em um cômodo escuro,
Um corpo só
Um corpo em paz
Um corpo é nó,
E no fim... Desfaz!

(Igor Barbosa)

Esse é em homenagem ao Augusto dos Anjos.


Nenhum comentário:

Quem Passa:

Minha lista de blogs

Pesquisar este blog